O renting, por oferecer mais rentabilidade e flexibilidade, irá ganhar preponderância no atual cenário de economia impactada pela pandemia de Covid-19, de acordo com o diretor comercial da Arval Portugal,
João Soromenho. “Acredito que o contexto de incerteza vai deixar a sua marca na forma como empresas e particulares olham ou abordar a aquisição de viaturas e que o renting vai ganhar terreno. Não só pela previsibilidade de custos e pela ausência de risco, como também pela procura a que começamos a assistir por parte de particulares e pequenas empresas para soluções de mobilidade individual por forma a garantir uma maior segurança nas suas deslocações”, refere, em entrevista à “Vida Económica”.
Vida Económica – Como está a ser o período pós-confinamento na Arval Portugal?
João Soromenho – Estamos a viver um momento desafiador e de grandes expectativas devido à incerteza do futuro. Mas mesmo no meio desta tempestade, o presidente e CEO da Arval, Alain Van Groenendael, apresentou recentemente o nosso novo plano estratégico até 2025, o Arval Beyond, garantindo o impulsionar da nossa atividade e da nossa oferta no que diz respeito à mobilidade. Assim, apesar de ainda estarmos a trabalhar remotamente por turnos, sentimos que existe por parte dos nossos colaboradores um entusiasmo e confiança no futuro. No que diz respeito aos nossos clientes, ao que assistimos é a uma retoma gradual à sua atividade, mesmo perante a situação económica adversa e a incerteza do que poderá acontecer num futuro próximo.
VE – Do ponto de vista operacional, já voltaram à “normalidade”?
JS – Do ponto de vista operacional, o que verificamos é um “voltar” às rotinas e novamente à estrada. Assim, temos assistido a um retomar da utilização da viatura como uma ferramenta de trabalho ou de deslocação para o trabalho e, consequentemente, a uma crescente utilização dos serviços associados à mesma, tais como solicitações de manutenção, de viaturas de substituição e outros serviços relacionados com a nossa atividade. Como é do conhecimento geral, durante o período de confinamento, muitas fábricas automóveis encerraram a sua atividade, o que, naturalmente, teve um impacto na entrega de novas viaturas. Com o retomar gradual da atividade, acreditamos que este setor mais uma vez irá dar uma resposta positiva, contribuindo assim para que possamos voltar aos níveis de 2019. Ao nível interno, e sempre em obediência com as orientações das autoridades de saúde, as nossas equipas estão a manter o nível habitual de serviços oferecidos aos nossos clientes e a responder aos novos desafios impostos pelo contexto de pandemia.
VE – Como preveem fechar 2020 em termos de faturação e frota?
JS – Neste momento, ainda não é possível, e não é prudente, diria mesmo, fazer previsões face ao momento de incerteza em que vivemos. Como é de conhecimento geral, o mercado automóvel está a ter em 2020, devido a toda esta situação pandémica, um grande decréscimo de venda de viaturas e, consequentemente, está a ter um impacto em todas as atividades ligadas a este setor económico.
VE – As moratórias e outras medidas de apoio a particulares e empresas mitigaram o risco?
JS – A Arval procurou, desde o início, ajudar os seus clientes a minimizar o impacto deste contexto. Existiram setores que foram mais afetados, em especial os ligados às PME, ao turismo, aos eventos e de uma forma geral aos serviços, para os quais a Arval se prontificou de imediato a encontrar a solução que melhor se adaptava a cada situação.
VE – Soluções mais flexíveis, como o renting de usados ou, entre outras, prolongamentos de contratos foi a solução?
JS – Como referi, tivemos diferentes situações: em alguns casos, os clientes pretenderam simplesmente obter alternativas aos contratos
em vigor. Nestes casos, a Arval propôs a extensão dos mesmos por forma a adaptá-los à nova realidade em termos de duração e quilometragem.
Para outros clientes, que estavam a planear encomendar novas viaturas, e perante a incerteza do momento, a Arval optou por apresentar soluções mais flexíveis que passaram por contratos de curta duração (de um a 24 meses), a que chamamos Mid Term Rental. Desta forma os clientes puderam usufruir de uma viatura com um contrato totalmente flexível.
VE – Até por essa flexibilidade, crê que o renting automóvel poderá ser um aliado das empresas e dos particulares enquanto melhor opção para contratação de automóveis?
JS – Sim, com toda a certeza. Acredito que o contexto de incerteza vai deixar a sua marca na forma como empresas e particulares olham ou abordar a aquisição de viaturas e que o renting vai ganhar terreno. Não só pela previsibilidade de custos e pela ausência de risco, como também pela procura a que começamos a assistir por parte de particulares e pequenas empresas para soluções de mobilidade individual, por forma a garantir uma maior segurança nas suas deslocações. O mercado está a voltar às rotinas, segundo João Soromenho.