Para responder à “clara preocupação” de poder oferecer aos seus clientes soluções que os acompanhem na rota da transformação energética, contribuindo para “uma mobilidade mais sustentável”, a Arval assume como objetivo, até 2025, “ter 500 mil veículos eletrificados sob gestão global e diminuir em 30% as emissões de CO2 da frota gerida”, adianta João Soromenho, diretor comercial da Arval Portugal em entrevista ao Jornal Expresso.
Agora que nos aproximamos do final de 2021, que balanço faz a Arval da evolução do negócio este ano?
Podemos afirmar que o ano de 2021, e apesar de ter sido mais um ano atípico, agora devido à crise dos semicondutores, a Arval viu o seu negócio mais uma vez a crescer, tendo vindo a aumentar ao longo destes anos a sua frota gerida. Todos sabemos que este crescimento foi feito num contexto difícil, uma vez que no início do ano a expectativa era que regressássemos aos valores de 2019, mas, no entanto, isso não aconteceu. Ao estarmos a sair de uma crise, entrámos noutra ainda pior para este sector: a crise dos semicondutores. Desta forma, deparámo-nos com um novo tipo de desafio, o que ainda valoriza mais o facto de estarmos a terminar o ano de forma positiva e com a nossa frota a crescer e mais uma vez acima da média do mercado. Em resumo, consideramos que foi um bom ano, onde vimos um acelerar do caminho da transição energética, em que iniciámos mais uma parceria com a EDP e que alargámos a nossa oferta com um serviço integrado para as viaturas elétricas em casa, na estrada e no escritório.
E que objetivos traçam para 2022?
O nosso grande objetivo é manter esta tendência de crescimento num contexto que se prevê igualmente difícil, uma vez que a crise dos semicondutores nos vai acompanhar ao longo de todo o ano. Sentimos que esta fase nos pode trazer oportunidades no alargamento de soluções de mobilidade que vão para além da utilização típica de um automóvel e que o tema da sustentabilidade e da transição energética são fundamentais nessa diversificação.
Na nossa opinião esta crise vai trazer-nos mais proximidade com o cliente, mais comunicação e mais criatividade.
Com o mercado da mobilidade a sofrer alterações substanciais nos últimos anos, o que faz do renting a solução ideal em matéria de gestão de frotas?
Neste contexto, é precisamente a confiança e a proximidade com o cliente que acima de tudo se tornam essenciais e assumem um papel de grande preponderância. Durante este período de incerteza, o renting torna-se ainda mais importante pela sua flexibilidade, o que permite às empresas soluções de prolongamento de contratos quando não existem viaturas novas para entregar e contratos de duração mais curta quando estas ainda estão a definir a sua estratégia para o futuro. Para além disso, o renting permite uma orçamentação correta dos custos com a frota mais uma vez essencial nestes tempos de incerteza.
O que distingue as soluções de renting proporcionadas pela Arval?
Existem vários aspetos que distinguem a nossa solução, no entanto gostaria de destacar o forte compromisso da Arval com a transição energética em que, para além do acompanhamento de consultoria em que utilizamos uma abordagem SMaRT (Sustainable Mobility and Responsible Targets), oferecemos a cada novo condutor um curso de condução eco-safety com componentes teóricas e práticas, que lhe permite alargar e obter conceitos de segurança na estrada e de poupança de consumo de combustível, permitindo desta forma à empresa uma diminuição nos custos, quer de imobilizações por acidentes quer de consumos.
Outro destaque que gostaria de dar é a forma como as nossas equipas operacionais estão organizadas. Toda a informação e operacionalidade da frota do cliente é gerida numa organização interna denominada account team. Trata‑se de uma estrutura idealizada para responder de forma rápida e clara. Nesta estrutura encontram-se o account manager e o driver manager, bem como os especialistas em todas as vertentes da gestão da frota (manutenção, seguros, gestão de sinistros, pneus, viatura de substituição, compras de viaturas novas e logística de final de contrato). Estes elementos trabalham de forma coordenada para dar as respostas que as empresas e os seus condutores precisam.
O que representa para o negócio da Arval o segmento dos particulares?
Trata-se de um segmento em que existe ainda um longo caminho a percorrer e em que a opção do renting em relação ao leasing e à compra direta vai continuar a crescer sobretudo nos segmentos das PME, ENI e obviamente nos particulares, no entanto não deixa de ser uma aposta do grupo e com uma excelente adesão em outros países. Desta forma, é também uma aposta da Arval Portugal, tendo para o efeito uma área de negócio dedicada a estes clientes que têm necessidades de acompanhamento específicas.
Que passos tem dado a Arval no sentido de oferecer soluções de mobilidade mais sustentáveis?
Na Arval, temos uma clara preocupação em poder oferecer aos nossos clientes soluções que os ajudem a fazer a sua transformação energética, contribuindo assim para uma mobilidade mais sustentável.
Desde 2018, a Arval tem apoiado os seus clientes na sua transição energética por meio da abordagem SMaRT – Sustainable Mobility and Responsability Targets (Metas de Mobilidade Sustentável e Responsabilidade). Esta metodologia consultiva “única e especializada” é uma forma de apoiar a estratégia dos nossos clientes em termos de transição energética e redução de emissões de CO2 nas suas frotas.
No entanto, ao implementar esta metodologia, os clientes podem encontrar emissões residuais de CO2 que não serão capazes de eliminar a curto prazo. Portanto, a participação em projetos de redução de CO2 torna-se fundamental. Estes incluem a conservação das florestas, o reflorestamento, a eficiência energética, a energia renovável, os projetos comunitários e a gestão de água e de resíduos. Estes projetos são feitos em parceria com a ClimateSeed e complementam a abordagem SMaRT da Arval, oferecendo a possibilidade de contribuir para projetos de redução de carbono com fortes impactos sociais e ambientais.
“Estabelecemos uma parceria com a EDP para fornecer a todos os carros eletrificados o cartão de mobilidade elétrica, que permite carregar a sua viatura em qualquer posto de carregamento público”
Esta nossa oferta não se baseia apenas na elaboração de propostas para viaturas BEV e PHEV, mas sim num processo contínuo, cujo objetivo final é o de construir uma verdadeira política de viaturas voltada para temática.
Existem vários fatores a ter em conta quando se fala de transição energética tais como: capacidade da empresa de ter ou não carregadores; quilometragens e prazos dos contratos, rotas dos veículos operacionais que devem estar presentes numa tomada de decisão desta natureza.
Também estabelecemos uma parceria com a EDP para fornecer a todos os carros eletrificados o cartão de mobilidade elétrica, que permite carregar a sua viatura em qualquer posto de carregamento público. Em complemento, oferecemos também a possibilidade de incluir no valor do aluguer mensal um carregador para moradias ou condomínios. É uma solução que chamamos “as a service”, pois o cliente pode usufruir do aluguer de um carregador, com instalação incluída e assistência técnica gratuita. Também para os escritórios, a nossa parceria com a EDP permite aos nossos clientes obterem uma solução de carregadores tailor made, beneficiando de condições especiais por serem clientes Arval. Desta forma, a parceria Arval/EDP permite aos nossos clientes terem uma solução integrada para viaturas elétricas em casa, na estrada e no escritório. Importante ainda referir a oferta de um curso EcoSafe Driving em cada entrega de uma nova viatura, tal como já foi anteriormente mencionado, sendo esta mais uma forma de promover a segurança rodoviária e a diminuição de emissões de CO2.
Estamos ainda a estudar novas parcerias que vão para além da utilização do veículo e que estão mais centradas em packs de mobilidade. Para concluir, deixe-me dizer que temos objetivos internos como grupo que são bastante agressivos relativos a este tema da sustentabilidade. Nomeadamente, é nosso objetivo, até 2025, ter 500 mil veículos eletrificados sob gestão global e diminuir em 30% as emissões de CO2 da frota gerida. Além disso, até 2025, a nossa própria operação terá de ser net-zero em emissões de CO2.